Hipnose e o Xadrez
Jiu-Jitsu e o xadrez
Xadrez
Jiu-Jitsu Jiu-Jitsu e o xadrez
Xadrez
"Um bom enxadrista precisa ser
vigoroso e enérgico como um atleta, engenhoso e exato como um cientista e acima
de tudo deve ser romântico e sensível como um artista"
Hindemburg Melão Júnior
jū, "suavidade", "brandura", e jutsu, "arte", "técnica"
A partida de xadrez –
conto oriental
A partida de
xadrez
Pena-de-Águia-Flutuante, filho e neto de índios
maias, contou-me esta história, aprendida de um monge budista da Tailândia.
Um guerreiro de rosto tenso, cansado de vaguear sem
destino, de festins para derrotas e destas para triunfos ilusórios, foi um dia
visitar, no fundo de uma floresta, um eremita bastante afamado pelas suas
bondade e sabedoria imperturbável. Na cabana de ramos onde foi recebido, depois
de ter contado ao santo homem as penosas aventuras e de ter confessado o seu
cansaço perante as maldades humanas, disse:
― Só te quero a ti como mestre. Ensina-me o saber
que ilumina o teu rosto e que torna a vida bela.
O eremita aconselhou-o a que meditasse, procurasse
para além das aparências, se esforçasse por descobrir, nas nocivas ninharias do
mundo, o fruto saboroso da paz. Ensinou-o a dominar a respiração e a conduzir
os pensamentos. Conversaram durante três dias inteiros, após os quais o
guerreiro prometeu ao mestre observar aqueles mandamentos.
Decorrido um ano, límpido para um, amargo para o
outro, o guerreiro, que tinha decidido atingir a sabedoria, envolvera-se
corajosamente no caminho traçado, mas perdera-se nos labirintos da alma. E
assim, numa manhã de Verão, tendo chegado ao fim das suas forças, veio
queixar-se ao santo homem:
― Apesar dos meus esforços ― disse ―, não fiz
quaisquer progressos. É claro que sei agora respirar como me ensinastes, mas
continuo ávido, infeliz e incapaz de amar. Como poderei amar a vida que me
rodeia? Como poderei amar os outros se não me amo a mim mesmo?
Com infinita paciência, o eremita deu-lhe novas
pistas. Ensinou-lhe a arte de conter os excessos dos sentidos e a de alcançar
as calmas profundezas do coração, para lá de toda e qualquer tempestade. Três
dias depois, o guerreiro partiu, revigorado, cheio de novas esperanças. Fatigou‑se
ainda um ano inteiro a livrar o espírito dos fardos que o cobriam, observou
rigorosamente a disciplina que lhe tinha sido aconselhada, tentou compreender
e saborear a vida, mas nada conseguiu.
Então, sentiu-se mais infeliz do que nunca, e
acabou por se perguntar se a vida que levava antes de ter tido a ideia
peregrina de alcançar a sabedoria não era melhor do que a insuportável
impotência em que mergulhara. Dirigiu-se uma vez mais à cabana do eremita e
repreendeu-o pela sua incompetência.
― Não soubestes ensinar-me a amar ― disse-lhe. ―
Acho que não passas de um impostor!
O eremita não se ofendeu, muito pelo contrário.
Ouviu as queixas com uma atenção quase infantil e, depois, foi a um canto
escuro da cabana buscar um jogo de xadrez.
― Joguemos uma partida ― disse-lhe, a sorrir ―, mas
que seja definitiva e impiedosa. Aquele que perder deve morrer, o que vencer
cortar-lhe-á a cabeça. Estás de acordo?
O guerreiro, surpreendido, olhou para o mestre;
depois, vendo brilhar nos seus olhos uma luz de desafio, respondeu:
― Está bem.
Colocaram, à frente da cabana, o tabuleiro sobre uma
laje e, à sombra de uma grande árvore, sentaram-se frente a frente, debruçando
as testas enrugadas sobre as figurinhas de madeira. E a partida começou.
Pouco tempo depois já o guerreiro estava em má
posição. Ao fim de seis jogadas já tinha perdido três peças importantes e o rei
estava perigosamente a descoberto. Sentiu medo. Transtornado pela mão fria da
morte, que já sentia pesar sobre a nuca, começou a jogar cada vez pior. Doze
jogadas depois estava à beira da derrota. Olhou para o adversário e viu-o completamente
impassível. Decerto que não hesitaria um momento em matá-lo, se acaso
perdesse.
Nesse momento pensou que era altura de reflectir
sem erros. Lembrou-se de que costumava ser bom no xadrez e tornou-se-lhe claro
que só o espectro da morte o impedia de mostrar o que valia. «Em primeiro
lugar, tenho de me desembaraçar do medo, se quero uma oportunidade de
sobreviver; tenho de me desembaraçar dele imediatamente!» Esforçou-se por
respirar como aprendera e pensou: «Aconteça o que acontecer, tenho de dar o meu
melhor. Só isso importa.»
Então, contemplou o tabuleiro com atenção
redobrada. Viu como salvar o rei, em risco de ser comido. Foi invadido por uma
alegria súbita. Recuperou a esperança e esqueceu o pânico. Dezoito jogadas
depois a sua situação restabelecera-se a ponto de encarar confiantemente uma
longa batalha. Ao fim de vinte e quatro jogadas descobriu uma falha no jogo do
adversário. Exaltou-se e deu um grito de triunfo.
Estendeu vivamente a mão para devorar a rainha na
brecha oferecida, mas deixou-a suspensa sobre o jogo. Olhou o eremita. Viu-o
ainda e sempre impassível. Nesse momento interrogou-se: «Por que razão mataria
eu este homem corajoso? Estou certo de que poderia ter ganho facilmente a
partida quando o medo me atormentava. Mas não o fez. Que bárbaro seria se
abatesse o meu sabre sobre o seu pescoço?»
A exaltação abandonou-o subitamente. Fungou, baixou
a cabeça e empurrou um peão inútil. Então, só então, o eremita voltou o
tabuleiro ao contrário na relva com um gesto desajeitado.
― Por fim compreendeste… Primeiro, é preciso vencer
o medo. Só depois pode vir o amor ― disse.
O guerreiro sorriu. Só agora tinha descoberto como
poderia viver em plenitude!
Henri Gougaud
A Árvore dos Tesouros
Lisboa, Gradiva, 1988
(adaptação)
O Star Trek Chess ("Xadrez Jornada nas Estrelas")
“O Sétimo Selo”:jogando xadrez com a morte.
O Star Trek Chess ("Xadrez Jornada nas Estrelas") possui varias dimensões e uma peça pode ir de uma dimensão a outra e foi desenvolvido a partir da série de televisão "Jornada nas Estrelas". Na foto Spok , jogando o Xadrez multidimensional.
“O Sétimo Selo”:jogando xadrez com a morte.
Existe uma cena clássica do filme o cavaleiro se encontra com a morte. Ela está pronta para levá-lo. O cavaleiro diz que seu está preparado mas que sente medo. Tenta então escapar de sua sina propondo uma partida de xadrez com a morte. Caso ganhe, a morte o poupará, caso perca, será levado por ela. De pronto a morte aceita o desafio.O que acontecerá?
História do Campeonato Mundial de Xadrez
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